quinta-feira, 4 de novembro de 2010

No mar a alma, na alma a calma

           O Sol me trouxe o sentido á alma. Olhar o mar me traz de volta a mim. Eu que geralmente faço viagens curtas, olhando a imensidão do mar percebo o quanto me perco de mim. Vim sentar na areia e olhar o mar disposta a chorar. E talvez chore até o final da canção, mas agora não. Agora Chico diz " A Vida ainda vale o sorriso que tenho para lhe dar."


           Definitivamente não é hora de chorar. Entendi que quem precisava acordar era eu. Mas a vista está mesmo linda, por isso tentei compartilhar. A água tá verde e azul. Do jeito que mais combina. E encontra o céu num ponto tão perto e tão distante, desses da gente não saber onde começa e onde termina, de gente não saber o que é mais um ou outro. Porque bom mesmo são as duas coisas juntas. Meus olhos se deleitaram com tudo que se pode pedir de um dia de mar. Montanhas, pessoas, barcos e gaivotas. Ondas desmanchando castelos de areia. E o melhor ... sabe aquele misto de raiva e alegria de terminar de desmancha-lo com pisões e chutes ?!?!?! E daí  o suspiro e a calma pra recomeçar. Pronto. Quase chorei, mas agora começou Samba e Amor. E não é hora de chorar ainda não. Quero chorar no mar, deixá-lo com mais sal. Preciso antes lavar da minha alma a dor. Quero ter mais que isso pra te oferecer.


           Entre outras coisas, gosto tanto de apertar com força a areia, assim como quando criança hoje ela voltou a ser meu tesouro. Mudei de rota. Inverti-me e encontrei-me. É verdade, é preciso antes se perder para se encontrar. Olhos de ressaca, diria Machado de Assis. Desses que a gente não sabe se fica ou se vai. Agora tocou Tatuagem. Era disso que eu falava ao perguntar Para onde nos Atrai o Azul... Eu finalmente vi o mar. Agora já estou pronta pra me levantar, sacudir a areia, me despir do excesso e mergulhar. Vou lá, mas antes preciso ouvir outra coisa. Dificil chorar ouvindo samba, por mais triste que possa parecer. Pera aí, ta tocando Carolina... " lá fora amor, uma rosa nasceu ... " Não, não deu..
           Então já que o rock resolveu se mostar novamente, vou ouvir Janis Joplin, nada melhor pra me fazer chorar...



            Não adiantou, a tristeza foi mesmo embora de mim. Ouvi Janis, tomei banho de mar, mas nao foi preciso chorar, a dor que tinha era pouca, ficou já na primeira onda. Volto pra casa. A família me espera pra um almoço gostoso. Entrego pro filho as conchinhas que catei pensando em você. Agora na piscina, enquanto ensino o Caitano a nadar, ouço alguns dos 27 discos que separei. Fui pega principalmente por Toquinho e Vinicius.


           Dois desses discos vou levar pra ouvir com você na sequência, sem me preocupar com as consequências ou inconsequências desse meu querer. E quero principalmente fazer seu doce predileto. Quem foi que disse que dor não se cura com açúcar e com afeto ???

2 comentários:

Pri disse...

Essa última é linda demais ! Nos vemos amanhã, na apresentação do Paulinho ? Espero que sim. Bj

Flavia disse...

Voce deve ter amado os shows da Virada Cultural, não ? Bjus

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"Não me importo com que o outros pensam "
Definitivamente essa frase não combina comigo.
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